Venho mais uma vez falar a respeito de um assunto que todo ser humano é desafiado. Falar deste tema requer cuidado e profundidade nos sentimentos mais concretos da vida. A perda que quero falar não é de um bem material, ou mesmo um trabalho e sim a perda de um ente querido.
Sou sabedor dos sentimentos que nos dilaceram , cortam e nos forçam pensar o porque de viver se a vida acaba em um piscar de olhos. Digo isso pois perdi meu pai a cerca de 2 anos e meio atráz, no sofá de minha casa. Ele teve parada cardiaca fulminante. Pelo que fiquei sabendo quando acontece isso o paciente não tem nenhuma chance, mas mesmo assim fiz o que pude para tentar reanimalo, mas sem sucesso. Fiquei me culpando por meses, pensado que não fiz o necessario. Tentei de tudo o que era ao meu alcance, das coisas que ja tinha lido e aprendido, mas não foram o bastante para acordar aquele que ja tinha partido. Hoje sei que mesmo com os aparelhos mais avançados em mãos, não teria o que fazer naquele momento. Foi ai que houve o desdobramento em minha mente de que a vida tinha um fim, até então sempre soube mas não tinha provado.
Na verdade perder é ganhar. A vida tem este paradigma, e isso é verdade, pois com a força da perda não houve somente um ganho e sim varios ganhos. O crescimento interior é maravilhoso e todos que já perderam me entendem com certeza. Quem ainda não perdeu, perderá e entenderá ou já entendeu. É a certeza da vida, vai da forma como cada um consegue sentir.
Tudo começa com a perda. Tal força que destroi e nos coloca a prova de questionar coisas que nunca foram questionadas como: Porque viver? Porque respirar? Para que crescer e evoluir? Para onde vamos? De onde viemos? Porque formar uma familia se um dia nós iremos mesmo? Tudo consequencia de uma perda.
Minha gente, olhar atentamente para este fato da vida é querer ser melhor, pois tudo está conflitando com este acontecimento que para todos é real. Veja se não há coisa pior do que perder alguém que é amado. Dar valor para as coisas materiais não significa nada quando nos deparamos com este tipo de acontecimento. Vivemos a vida escravos de uma sociedade que necessita cada vez mais de aparencias, sendo que o que mais necessitamos é a formação interior para quando acontecer uma perda tenhamos forças para superá-las.
Gosto de olhar minha perda como ganho. O bem que ele me fez em vida foi maravilhoso. Pessoa que quando está ao seu lado te coloca sempre num patamar a cima, nos melhora e mostra que existe muito a ser feito, muito a ser conquistado, e muito a ser melhorado. Mostra que tudo vale a pena desde que a vida seja feita de fraternidade, humildade, e amor pelo proximo.
Meu pai fez bem para mim até na morte porque muitas coisas que antes ele falava e eu não houvia, hoje houço com ouvidos do coração. Estranho dizer isso, pois quando estamos ao lado dos que nos querem bem, escutamos muitos conselhos, tudo em prol do nosso bem maior, mas mesmo assim são poucos os conselhos que escutamos. Dai quando perdemos, parece que de uma certa forma os concelhos ditos tomam força e conseguem alcançar os nossos entendimentos.
A vida é uma só. Não temos a chance de concertar o que foi quebrado. É nesta cronologia das coisas que vamos caminhando, errando e aprendendo e nos melhorando mais e mais.
Dar sentido hà vida é olhar o proximo, pois quem olha a si próprio não vê nada, porque o proximo que te da sentido de estar aqui e é ele quem fica e transmuta no tempo o seu legado. Ver a vida a partir de si é se achar demais. Só quem olha para os outros tendem a ser maior e melhor, pois o encontro proporciona aprendizados pelos quais não aprendemos sozinhos. Veja bem, quem olha demais para o espelho acaba achando pêlo em ovo, acaba colocando defeito demais aonde não existe e isso o diminui. Força a ficar parado no tempo, procurando a perfeição, coisas que não foram feitas para o ser humano.
Deixo aqui para os que procuram transformação diária, um pouco dos meus pensamentos e com a força do encontro possamos melhorar!
Um abraço
Bruno Tominaga
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